A criatividade é uma escolha de como olhar o mundo ao redor! E pode impulsionar projetos de learning design!
Em tempos complexos como o atual, em que somos convidados ao novo com frequência e a saber como lidar com ele, ser criativo se tornou uma exigência e questão de perenidade de negócios e ocupações. Embora pareça um processo divertido, essa exigência pode se tornar um peso! Porque ao tentarmos ser criativos nos afastamos do relaxamento necessário para experimentar.
Imersos em ações “tarefeiras”, apagando incêndios, perdemos a conexão com o “ócio” que abre espaço para criar, e é diferente de não fazer nada. O “ócio criativo” (amplamente abordado por Domenico de Masi) é a capacidade que temos de nos entregar a uma música, uma atividade lúdica, um filme, uma peça de teatro, e extrair dali ideias que podem ser úteis para solucionar questões do dia a dia.
Para quem aceita o risco de caminhar pelo que emerge, deixando-se surpreender pelas experiências e, a partir delas, ter curiosidade para investigar o que de fato soluciona problemas de um cliente, tenho uma notícia boa! Criatividade é uma capacidade inata ao ser humano. Então, respire! Porque você vai precisar, uma hora ou outra, se reconectar com essa superpotência, que sempre esteve em você, para navegar, com sabedoria, nas transformações que nos chegam como avalanches.
Em um artigo publicado recentemente pela Deloitte intitulado – Unlocking Creativity. How CFOs can help cultivate a creative mindset – os autores explicam que qualquer pessoa tem potencial para fortalecer a curiosidade, a imaginação, a criatividade, a empatia e a coragem. Esse conjunto de capacidades facilitaria identificar oportunidades ainda não claras e a lidar com problemas inesperados, ou fora do padrão. Além de impulsionar outras habilidades, como pensamento crítico e analítico, sense-making, inteligência emocional e social.
CRIATIVIDADE REQUER EXERCÍCIO!
Quer exercitar sua criatividade? Que tal o exercício de frequentar grupos de discussão onde você possa colocar questões e também ouvir opiniões diversas. Diversifique a sua escuta!
“Tenha uma rede de conversas com pessoas interessantes, de diferentes áreas, segmentos de negócios, assuntos culturais, arte.”
Pesquise tendências, zeitgeists! Fomos condicionados durante toda a nossa vida a dar respostas. Que tal fazer mais perguntas?
Não são as ideias relâmpago que têm VALOR. Criatividade é um cultivo intencional! Você já começou a pesquisar algo e encontrou várias outras coisas interessantes que não estavam relacionados ao assunto de busca? Notei que isso acontecia muito comigo e passei a usar o EVERNOTE para organizar minhas ideias, por temas. Assim, eu começaria a ter um arsenal de informações interessantes que poderiam ser acionadas em outro momento.
A CRIATIVIDADE COMO IMPULSIONADORA DO LEARNING DESIGN
Na concepção do Learning Design, os principais insights criativos surgem na fase da Imersão. Esse é o momento de compreender o cenário e quanto mais nos interessarmos pelos problemas e jornadas dos nossos colaboradores ou usuários, mais elementos teremos para construir experiências transformadoras.
É recomendável considerar discutir os problemas de forma multidisciplinar. Investigar a questão com interesse genuíno, fazer boas perguntas. Essa prática abre espaço para que abandonemos as soluções padrões nas quais estamos imersos e nos permite navegar onde ainda não nos lançamos.
A fase de Imersão é particularmente rica porque é o momento de compreender de forma mais profunda sobre:
CUSTOMER EXPERIENCE, a experiência do cliente;
CUSTOMER SUCCESS, como ajudar clientes ou colaboradores a obterem sucesso a partir de vários pontos de interação com a empresa;
Colhidos todos os insights possíveis, a criatividade pode fortalecer três pontos essenciais no Desenho do Learning Design: 1.conteúdo, 2.forma e 3.transferência para a prática.
1..O CONTEÚDO
Mais do que nunca, o conteúdo precisa ser relevante para o público, provocativo e convidativo. Se possível, que seja construído pelos participantes, ou com eles. Ao envolver as pessoas nas fases de produção e multiplicação do conteúdo você promove engajamento.
2. A FORMA
Refere-se a como o conteúdo será aplicado. É preciso considerar que hoje o colaborador é Omni-channel, consome conteúdo em canais diferentes. A criatividade, nesta fase, vai além de apontar o melhor uso da tecnologia. Ela será fundamental para apresentar como conectar o conteúdo aos diferentes canais e fazer com que se conversem e se complementem.
3. A TRANSFERÊNCIA PARA A PRÁTICA
Como podemos usar a nossa criatividade de forma que o usuário QUEIRA experimentar na vida real? Que faça sentido pra ele, que ele perceba VALOR.
4. CRIATIVIDADE PARA EXPANDIR O APRENDIZADO
Com o advento da COVID-19, multiplicaram-se os canais digitais para treinar e desenvolver os colaboradores. A distribuição do conteúdo nos multicanais considerando, por exemplo, o tempo de concentração dos participantes e o impacto de cada canal é fundamental.
As experiências digitais pedem mais momentos de interação. E você pode recorrer a diversas ferramentas on-line como suporte: Jamboard, Mural, ferramentas do Google, Mentimeter. Cada uma delas tem o potencial de alavancar trabalhos interativos e colaborativos.
5. A FORÇA DO STORYTELLING
No ambiente on-line, o foco excessivo em habilidades tecnológicas ocorre de forma natural e acende o alerta para relações menos humanizadas. Para criar um equilíbrio e aproximar emocionalmente o conteúdo de quem aprende, o Storytelling é uma metodologia que pode ser aplicada em toda a experiência. Saber contar uma boa história ganha força nos ambientes digitais. A divisão em episódios que prendam a atenção pode aguçar a curiosidade e o desejo de desvendar o que virá adiante.
Da próxima vez que você se deparar com uma ideia criativa e se perguntar como alguém chegou a um resultado tão inovador, talvez valha se perguntar como você tem nutrido a sua curiosidade e abertura para o desconhecido. Antes de um resultado UAU é necessário viver experiências que nos questionam certezas. Essas são alavancas!